quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

HNDURAS NEGA AUTORIZAÇÃO PARA ZELAYA DEIXAR O PAIS

Honduras nega autorização para Zelaya deixar o país

10/12 - 06:15 - AFP

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TEGUCIGALPA - O México pediu um salvo-conduto para que o presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya viaje ao país como hóspede, o que foi rejeitado pelo regime de fato, que advertiu que aceitará apenas que ele saia do país como asilado, condição que Zelaya não aceita.

As versões de uma iminente viagem de Zelaya ao México mobilizaram na quarta-feira a imprensa e simpatizantes do presidente deposto, que permanece refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Os militares reforçaram o cerco ao local.


Partidários de Zelaya protestam na região da embaixada brasileira / AP

"A embaixada do México nos apresentou uma petição de salvo-conduto, mas lamentavelmente esta petição não qualifica, não contém a qualidade para que se estenda um asilo ao senhor ex-presidente Zelaya", declarou o ministro da Governança do regime de fato, Oscar Raúl Matute.

"A solicitação mexicana para autorizar a viagem de Zelaya, ao não ter uma petição para um asilo, lamentavelmente não pudemos concedê-la", disse Matute.

"Não busco asilo em nenhum país", afirmou Zelaya em entrevista à rede multiestatal Telesur.

As versões da iminente viagem de Zelaya foram estimuladas depois que a Direção de Aeronáutica Civil de Honduras informou que um avião mexicano pousaria no país para levar o presidente depoisto.

Mas Zelaya evitou responder sobre a possível viagem ao México ao ser questionado pela imprensa.

Deposto em 28 de junho e com a possibilidade de retornar ao poder negada semana passada pelo Congresso, Zelaya declarou apenas que uma eventual saída de Honduras teria que acontecer na qualidade de presidente dos hondurenhos.

O governo do México informou mais tarde que segue em negociações com Zelaya e outras autoridades hondurenhas.

"As gestões acontecem com o apoio de países amigos e de alguns atores políticos hondurenhos, com o propósito de obter as garantias de segurança necessárias, mediante um salvo-conduto para que Zelaya possa deixar a proteção da embaixada do Brasil em Tegucigalpa", afirmou um funcionário do ministério das Relações Exteriores.

Entenda a crise em Honduras

Soldados retiraram Zelaya de sua casa em 28 de junho e o colocaram para fora do país de pijama, gerando a pior crise política da América Central desde a Guerra Fria.

Mais tarde, ele retornou clandestinamente ao país e se abrigou na embaixada brasileira, onde passou a conduzir uma campanha, na maioria das vezes por meio da mídia local, pelo seu retorno ao poder.

Zelaya sofreu um duro golpe na semana passada quando o Congresso hondurenho votou que ele não poderia voltar ao poder. A decisão também foi um revés para os Estados Unidos, que buscavam mediar um acordo que incluísse o retorno de Zelaya à Presidência.

Honduras escolheu um novo presidente, Porfirio Lobo, em eleições realizadas em 29 de novembro, mas muitos países ainda não reconheceram a votação, embora ela estivesse marcada bem antes do golpe. Lobo deve tomar posse em janeiro.

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